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Comemorações do Centenário do 5 de Outubro em Guimarães | Escola Secundária Francisco de Holanda

segunda-feira, 15 de março de 2010

1910 – “O único herdeiro do trono é o Povo”

As barricadas levantadas pelos populares na Rotunda eram completamente ineficazes sob o ponto de vista militar, mas passaram à história como imagem de marca da revolução republicana e do envolvimento civil na queda da Monarquia
A República inicia-se na manhã de 5 de Outubro de 1910, quando José Relvas a proclamou da varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Tal gesto consagrava não apenas uma revolução e uma mudança de regime, mas também, e principalmente, a ascensão ao poder da burguesia e do Partido Republicano que, desde finais do século XIX, particularmente na sua última década, vinha acentuando uma cada vez maior influência na vida política portuguesa. Os preparativos para derrubar a monarquia que está refém das questiúnculas dos partidos e dos escândalos em que se afundam os seus dirigentes e a Corte, foram coordenados pela Comissão de Resistência, criada em 14 de Junho de 1910. Incluía membros da Maçonaria, da Carbonária e do Partido Republicano, como Miguel Bombarda, Cândido dos Reis, Simões Raposo, Cordeiro Júnior, Francisco Grandela, Machado dos Santos, António Maria da Silva e Martins Cardoso.

As barricadas levantadas pelos populares na Rotunda eram completamente ineficazes sob o ponto de vista militar, mas passaram à história como imagem de marca da revolução republicana e do envolvimento civil na queda da Monarquia

A 2 de Outubro, a revolução foi marcada para a madrugada do dia 4. À hora prevista Machado dos Santos desencadeou o movimento, com o ataque ao Regimento de Infantaria 16, em Campo de Ourique, e ao aquartelamento de Artilharia 1. Dirigiu-se, depois, para a Rotunda e Parque Eduardo VII onde se concentraram as suas forças. Junto ao rio, os marinheiros do quartel de Alcântara garantiam, entretanto, o prosseguimento da acção, apoiados pelo poder de fogo dos cruzadores S. Rafael e Adamastor que se tinham junto aos revolucionários. Esses vasos de guerra bombardearam intensamente as tropas leais à monarquia, que defendiam o Palácio das Necessidades.

A maioria das unidades militares de Lisboa não aderiu à revolta, o que, a dado passo, levou os responsáveis republicanos a acreditar no insucesso da sua acção (o almirante Cândido dos Reis suicidou-se no convencimento que o golpe estava perdido). Mas, a partir da Rotunda, Machado dos Santos persistiu, acompanhado pelo fogo dos cruzadores. Como a resposta monárquica foi descoordenada e pouco convincente (apesar dos esforços de Paiva Couceiro e das suas tropas), a manhã de 5 de Outubro surgiu com a rendição do comandante Militar de Lisboa e, depois, com a posse, no Governo Civil, do Directório Republicano.
MENDES, João Fragoso, (2005), Memória do Escudo, Prosafeita (adaptado)

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